O homem é um animal político — Aristóteles

dezembro 04, 2010


É impossível aprisionar a liberdade


Ebenézer Anselmo

Quem lê com freqüência a movimentação, atitudes e falas dos políticos do PT que ocupam cargos públicos, não se surpreendem com o pronunciamento de Franklin Martins, da SECOM, que, com sua obstinação pelo controle da liberdade de expressão, fez declarações no mínimo inadequadas. Foram palavras que refletem sua posição ideológica de extrema esquerda, no sentido de calar a imprensa, o que não nos surpreende, pois é notório o empenho dos dirigentes do PT em busca da ditadura "socialista", tão a gosto deles. Firmados ideologicamente nesta posição, não admitem com suas palavras plenas de autoritarismo, sequer uma tênue liberdade de imprensa.   Para eles o regime ideal é o de um só partido, um só presidente, Lula, e um só jornal: o jornal oficial do PT ou como eles gostam de chamar, o jornal do "Partido". O grande sonho desses políticos autoritários, como deixam transparecer em suas atitudes, é a "socialização" do Brasil e a eternização de Lula no poder.
Este é o ideal "democrático" de quase todos os auxiliares de Lula, a começar por Dilma Rousseff, Franklin Martins e outros. Eles querem, inicialmente, como primeiro passo para atingir este objetivo, impingir aos brasileiros, goela abaixo – e aos demais países da America do Sul - uma censura, nem que seja na base do confronto, como o próprio Franklin Martins declarou na semana passada. Atitude belicosa e autoritária que podemos resumir com a expressão popular "ou vai ou racha". São estes dirigentes atuais do nosso País que repetem aos quatro ventos que são "democratas" e que vivemos numa democracia. Não perdem oportunidade para se dizerem representantes das classes mais humildes, dos trabalhadores; como se um médico, um jornalista ou um comerciante não fossem trabalhadores e pouca importância tivesse no contexto político do País.
Acham que trabalhadores são aqueles brasileiros que, com medo de perder o bolsa família e demais bolsas, continuam votando neles, como se estes políticos que compram votos através do uso indevido do dinheiro público, tivessem a solução para alguns dos problemas gravíssimos que vive o nosso País, principalmente, na área administrativa, na educação, na segurança, no judiciário, na malversação do dinheiro público, no descumprimento da lei e na total indiferença pelos valores morais e éticos. 
Estes políticos se julgam donos do Brasil. São pessoas que se acham superiores e que parecem que esqueceram a época do enfrentamento com os militares e as forças que se levantaram contra a implantação de um regime comunista no Brasil. Foram perseguidos, presos, alguns torturados e muitos fugiram para o exterior para não serem encarcerados no Brasil. Tinham medo do adversário que usava da mesma violência que eles usavam em busca dos seus sonhos políticos de implantação de um regime de força, antidemocrático, que a história provou estar superado. Exatamente por agir do mesmo modo violento dos adversários, que os combatiam em nome da democracia e da Constituição, foram repudiados por uma nação que se uniu por inteiro, como demonstrou a famosa Marcha da Família Com Deus Pela Liberdade. 
Esquecem hoje que foi exatamente em conseqüência de atos impensados e fanáticos como o do ministro Franklin Martins contra a liberdade de expressão, que surgiu a ditadura, a qual, paradoxalmente, restabeleceu a ordem após vinte anos de vigência com mão de ferro, e nos devolveu a Democracia em que vivemos até hoje, e que perdêramos naqueles tempos de arruaça e desobediência à Constituição e às autoridades constituídas. Pagamos um alto preço, é bem verdade, mas nos livramos de uma ditadura comunista, mil vezes pior do que uma ditadura militar como a que tivemos,  que chegou a ser chamada por muitos de "ditabranda".
Que não voltemos ao passado aceitando atitudes que possam nos suprimir a liberdade de expressão e de opinião, que, caso ocorresse, constituiriam o primeiro passo em direção a um regime de força onde a grande vítima seria a própria Democracia.
Felizmente, nos tempos atuais, a implantação de um regime de força seria muito mais difícil do que no século passado, devido às facilidades de comunicação através de instrumentos como a Internet, a televisão por satélites, os celulares e outros aparatos tecnológicos.  A voz da liberdade e o clamor mundial pela Democracia tornaram-se impossíveis de abafar ou calar. Vozes sóbrias e esclarecidas de forças vivas do nosso País se levantariam com muito mais facilidade com a ajuda dos meios tecnológicos atuais em defesa da Democracia, e da liberdade acima de tudo, ao menor sinal de que a ameaça estivesse se tornando realidade. Não duvidem disso.
Que Franklin Martins e a presidente Dilma Rousseff não ousem desafiar a voz da razão e do bom senso nos seus vôos delirantes, demagógicos ou ideológicos, julgando que o Brasil é uma republiqueta latino-americana como Cuba, Bolívia, Equador ou mesmo Venezuela. Não somos, tenham certeza disso.

[Ebenézer Anselmo-Membro da Academia Evangélica de Letras do Brasil, membro da Sala de Letras Gabriela Mistral de Petrópolis, articulista político de vários jornais em todo o Brasil, professor de Motivação Pessoal, escritor, contista, cronista e autor do livro "A verdade de Deus e a mentira dos Homens". E-mail: ebenezeranselmo@yahoo.com.br]
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